segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos (Brasil)





Pensando-se em fazer algo para o bem, tomar cuidado para que não faça mais mal do que o bem para o qual foi proposto.

Existem cerca de 15.000 formulações para 400 agrotóxicos diferentes, sendo que cerca de 8.000 encontram-se licenciadas no Brasil, que é o MAIOR consumidor de agrotóxicos no mundo, segundo a ANVISA - Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. Mesmo em pequena quantidade, o agrotóxico traz prejuízos para o solo e para as pessoas. O solo por si só, tem a capacidade de dar todos os alimentos que necessitamos em grande quantidade e variedade, sem haver a necessidade do uso de venenos.

Existem uma série de possibilidade de classificação dos agrotóxicos, as principais dizem respeito ao seu tipo, sua classe toxicológica e sua composição. Os agrotóxicos de uso agrícola podem ser classificados de acordo com o seu tipo em:
Inseticidas: combatem as pragas, matando-as por contato e ingestão;
Fungicidas: agem sobre os fungos impedindo a germinação, colonização ou erradicando o patógeno dos tecidos das plantas;
Herbicidas: agem sobre as ervas daninhas seja pré-emergência como pós-emergência.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou os efeitos tóxicos dessas substâncias em classe I (extremamente perigosos) até a classe IV (muito pouco perigosos. A maioria dos agrotóxicos de Classe I é proibida ou estritamente controlada no mundo industrializado regulado, mas nem sempre são em países emergentes onde os agrotóxicos de classe I estão, muitas vezes, livremente disponíveis em lugares que não têm os recursos para o uso de produtos mais seguros.
No Brasil, de acordo com o Decreto nº. 98.816/90, os agrotóxicos podem ser classificados conforme sua classe toxicológica, em:
Classe I - Extremamente tóxicos - Faixa vermelha
Classe II- Altamente tóxicos - Faixa Amarela
Classe III - Mediamente tóxicos - Faixa Azul
Classe IV - Pouco ou muito pouco tóxicos - Faixa Verde
Os organofosforados e carbamatos são inseticidas mais utilizados atualmente a também são absorvidos pelas vias oral, respiratória e dérmica. Seus efeitos são alteração do funcionamento dos músculos cérebro e glândulas.
As piretrinas são inseticidas naturais ou artificiais. São instáveis à luz e por isso não se prestam à agricultura. São usados em ambientes domésticos na forma de spray, espirais ou em tabletes que se dissolvem ao aquecimento. São substâncias alergizantes e desencadeiam crises de asma e bronquites em crianças.
O herbicida Paraquat oferece grande risco. É um herbicida que mata todos os tipos de plantas. A substância determina lesões de Rim e se concentra nos Pulmões, causando fibrose irreversível.
Os principais clorofenóis são o 2.4-D e o 2.4.5-T, que são cancerígenos. O agente laranja, usado na Guerra do Vietnã, é uma mistura do 2.4-D e do 2.4.5-T.
O uso de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com má-formação, suicídios, câncer, dermatoses e outras doenças. Segundo a OMS, há 20.000 óbitos/ano em consequência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas, nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso intenso de agrotóxicos levou à degradação dos recursos naturais - solo, água, flora e fauna -, em alguns casos de forma irreversível, levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos.
Além de agredir o ambiente, a saúde também pode ser afetada pelo excesso destas substâncias. Quando mal utilizados, os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. Na aguda, os sintomas surgem rapidamente. Na intoxicação subaguda, os sintomas aparecem aos poucos: dor de cabeça, dor de estômago e sonolência. Já a intoxicação crônica, pode surgir meses ou anos após a exposição e pode levar a paralisias e doenças, como o câncer.
Além disso, a ingestão de agrotóxicos é o método de suicídio mais comum mundialmente, respondendo por um terço de todos os suicídios, predominantemente na Ásia, a África, América Central e do Sul. Os casos fatais são altos, particularmente em áreas rurais. Essas substâncias são escolhidas devido ao fácil acesso. O que demonstra que a restrição à comercialização dessas substâncias mais perigosas pode ser uma prática que diminua os casos de mortalidade, ou por exposição pelo uso inadequado dos equipamentos de proteção, ou por ingestão voluntária.
Enfim, esta questão por mais simples que pareça, deve ser tratada com cautela, tanto por nós quanto pela autoridades. O surgimento de novos produtos que ajudem na coservação dos alimentos deve ser analisado. Por mais que estes ajudem em um lado, podem, se não prestarmos a devida atenção, prejudicar a todos em outra.

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