sábado, 10 de abril de 2010

Depois da tempestade, virá mesmo a bonança? - Leila Míccolis


Não consigo falar de outra coisa, neste momento, a não ser das chuvas que inundaram e devastaram Maricá. Soube pela Melissa que ontem (dia 8) Maricá apareceu em jornais da TV - triste quinze segundos (nem 15 minutos foram) de fama da cidade... Um amigo me diz que Saquarema também foi muito fustigada, e comenta que está perplexo com tudo o que anda ocorrendo. Leio hoje que Copacabana teve ondas de 2 metros de altura e, Santa Catarina, de 4 metros.
Chico me falava anteontem "do jeito de se aglomerar que o ser humano arrumou..." Sim, é isso, além dos milhões a mais na população, da exploração da plataforma marítima, do solo terrestre e aéreo, da depredação sistemática do habitat pelo animal homem, e mais ainda: fico pensando se tudo isto já não faz parte do alinhamento galático que ocorrerá em 21 de dezembro de 2012. Falam das profecias de Nostradamus, mas, para além de previsões esotéricas e interpretações apocalípticas, o alinhamento é um fato cientificamente constatado: ocorrerá. E os sites mais sensatos, por menos alarmistas que sejam, prevêem catástrofes já por conta deste fenômeno que, quando ocorrer, será imprevisível em suas consequências para o planeta.
Não sei. O que sei é que, possivelmente, agora que parece que as chuvas mais fortes passaram, os políticos se dirijam ao povo como se falassem com uma criança assustada: "pronto, já passou, agora você pode voltar a brincar na rua sem medo"... — como se não houvessem vítimas, doenças causadas pelas águas barrentas, novos perigos, e, principalmente, como se não nada pudesse ser feito pela administração pública para minimizar novos danos e mortes.
A trágica situação me faz lembrar um poema de minha amiga Eunice Arruda sobre as chuvas de verão, que este ano tornaram-se catastróficas em pleno outono, mês que deveria ser ameno:


CHUVAS

Algumas pessoas
morreram
num dia rude de dezembro
depois das
chuvas
Pela televisão as imagens
da cidada afogada
Algumas pessoas morreram
fazendo os gestos estranhos
dos que pedem socorro

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