sexta-feira, 4 de março de 2011

O adeus de Zanoto

NOTA DE FALECIMENTO - Somente hoje (3/3) soubemos do falecimento de nosso colunista Zanoto (José de Souza Pinto), no dia 21 de janeiro de 2010. Desde 1950, Zanoto mantinha a coluna "Diversos Caminhos", no Correio do Sul, de Varginha, e, desde 15 de maio de 2004, escrevia sua coluna quinsenal e depois mensal em Blocos, "Diversos Caminhos em Blocos". Em suas crônicas introduzia frases e pensamentos de alguns de seus heterônimos como P. H. Xavier e. Krug Pilard. Era Presidente de honra vitalício da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências (AVLAC).


Publicado no blog de Leila Míccolis

Na foto, Zanoto e Lélia

Conhecemos — eu e Urhacy — Zanoto, pessoalmente,no Encontro Nacional de Arte e Cultura, organizado pela Prefeitura Municipal de Registro e pela União Brasileira de Escritores de Registro/SP, em 1990. Ele e Lélia, sua amada esposa. Porém já nos correspondíamos desde 1981, pois Zanoto era extremamente democrático, publicando todos os escritores em sua coluna "Diversos Caminhos", no Jornal Correio do Sul, sem quaisquer distinções. Iniciantes e escritores consagrados se cruzavam nestes seus "Diversos Caminhos, que desde 1950 ele mantinha no jornal mineiro. Anos depois, participando da noite de autógrafos do poeta Cícero Acaiaba, outro poeta de varginhense, grande amigo de Zanoto e falecido em 2009, conhecemos sua casa, sua biblioteca, seus arquivos fabulosos, com escritores de todo o Brasil, e acabamos a noite jantando em um de seus restaurantes favoritos. Uma noite memorável e inesquecível, em que Zanoto e Lélia foram "só nossos"...

Zanoto era a simplicidade e a modéstia em pessoa. Era poeta, Presidente de honra vitalício da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, mas preferia ser conhecido apenas como jornalista. Tinha uma coluna no Jornal Blocos (impresso), "Caminhos em Blocos", e em 15 de maio de 2004, Zanoto começou a escrever para Blocos Online a coluna que intitulou de "Diversos Caminhos em Blocos", enviando sempre várias delas por antecipação, o que permitiu que eu divulgasse a de fevereiro, sem ter ainda notícia de seu falecimento, no dia 21 de janeiro. Temos muito orgulho de ser o único site a tê-lo como colunista, já que não se dava bem com a Internet. Seu último bilhetinho para mim, escrito a mão — como sempre fazia — foi de janeiro, poucos dias antes de sentir-se mal, enquanto atravessava a rua entre a Praça Champagnat até o Varginha Tênis Clube, e morrer no dia seguinte, de infarto. On line, iguais às colunas impressas, suas crônicas são um misto de ficção e realidade, fragmentos de textos de escritores, poesias, reminiscências pessoais. Seu estilo era inconfundível. Publicarei ainda a coluna de março, como singelíssima homenagem a uma pessoa que eu tanto admirava e continuarei admirando por sua postura literária libertária, pelo respeito com que tratava todos os que dele se aproximava, fosse quem fosse.

30 anos de correspondência e amizade ininterruptas. Estou profundamente emocionada e triste. Não é apenas Varginha que perde um intelectual ilustre, mas o jornalismo literário brasileiro, exercido por Zanoto com muito amor, carinho, criatividade e integridade.

Clique aqui para ler uma homenagem pessoal ao nosso querido amigo e colunista.
Outras matérias podem ser lidas em:
http://www.blogdomadeira.com.br/uncategorized/morre-zanoto/
http://www.fotolog.com.br/vivacultura/27477784
Clique naqui para ler suas colunas em Blocos Online (Diversos Caminhos em Blocos).
Clique aqui para ler sua poesia.
Notícia enviada por Selmo Vasconcellos

3 comentários:

Urha disse...

Zanoto foi o primeiro a me publicar em jornal, fora de Cândido Mota, onde nasci. Estreitei amizade com ele através de Leila, e por 21 anos estivemos ligados. Ficará a saudade. Ficará a recordação das inumeras colunas recebidas e dos bilhetinhos com aquela letra inconfundível. Também com o coração partido. Que deus abra os céus para vc Zanoto.

Art'palavra disse...

dizer adeus a Zanotto não é uma coisa facil. Tive o privilégio de aparecer varias vezes na coluna Diversos Caminhos que ele pelejava para manter e corajosamente conseguiu, pois amava como ninguem a literatura.

silva lemes disse...

Conheci José de Souza Pinto, quando em 1981 entrei para Secretaria da Fazenda Estadual. Ele era assessor do superintendente Ricardo Elísio do Prado. Foi sempre amável com os mais novos e nos recebia a todos com muita delicadeza e carinho. Até então, só conhecia o seu detalhismo com os números da arrecadação ao lado do companheiro Paulo Vinhas. Logo depois, descobri essa sua veia poética tão diferente. Foi uma pena perdermos esse gênio.