terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O PAU

Minha gente, não é de hoje que o dinheiro chama-se Pau, no Brasil. Você pergunta um preço e logo dizem dez paus. Cento e vinte mil paus. Dois milhões de paus! Estaríamos assim, senhor ministro, facilitando a dificuldade de que a nova moeda vai trazer. Nosso dinheiro sempre se traduziu em paus e, então, não custa nada oficializar o Pau. Nos cheques também: cento e oitenta e cinco mil e duzentos paus.
Evidente que as mulheres vão logo reclamar desta solução machista (na opinião delas). Calma, meninas, falta o centavo. Poderíamos chamar o centavo de Seio. Você poderia fazer uma compra e fazer o cheque: duzentos e quarenta paus e sessenta e nove seios. Esta imagem povoa a imaginação erótica-maliciosa, não acha? Sessenta e nove seios bem redondinhos, você, meu chapa, não vê a hora de encher a mão!
Isto tudo facilitaria muito a vida dos futuros ministros da economia quando daqui a alguns anos, inevitavelmente, terão que cortar dois zeros (podemos dizer, ovos) do velho Pau. Neste caso, a imprensa diria que o ministro está pensando em fazer uma plástica que se chama “fimose econômica do Pau”, ou “Aperto no Pau”. Ficaremos mais uma vez, como sempre dizem eles, com um novo Pau, o Pau Novo. Um Pau muito mais forte que o antigo Pau. E os Seios, ali, firmes, deixando a gente boquiabertos de perplexidade!
Sem dúvida alguma que as empreiteiras iam todas correr atrás do Pau para toda obra. E, na CPI dos orçamentos, todos ficarão, como hoje, com a maior cara de Pau.
É claro que os maridos ao seu separarem jurariam não dar mais nenhum Pau para as esposas, mas se tiver filhos vai dar pau na pensão.
Sem dúvida alguma que os calouros que levassem pau no vestibular de fim de ano, não receberiam nenhum Pau no Natal.
Já os futuros sogros perguntam para as filhas quantos paus têm o pretendente, já que elas, inevitavelmente, irão entrar com, pelo menos, dois seios.
Não há dúvida que quando a conversa ficar pau, é porque se está faltando pau na economia brasileira.
É claro, que vai surgir aquele Pau que não fica na mão de ninguém, aquele Pau sujo, aquele Pau que precisa ser lavado, o popular pau-de-sebo, onde se colocam aos Paus lá em cima.
Conclui-se que, quando o ministro fica por aí dizendo que vem logo a paulada, é porque ele concorda comigo.

Rubens Shirassu Júnior

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