quarta-feira, 30 de julho de 2014

dos meus avós paternos



De meu avô paterno não me lembro,
morreu eu ainda era de colo.
Minha avó, um encanto:
tinha nariz e orelhas grandes
e usava no alto da cabeça um coque
— cabelo algodoado.
Aos 85 ainda ordenhava o gado,
cultivava hortaliças e flores.
Morreu no inverno.
Entre suas mãos, levou uma flor-de-maio
que teimosa sobreviveu pálida, ao frio de junho.
Foi o modo da natureza
reclamar sua ausência.

                 Urhacy Faustino

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